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REVISTA MÉTODO ZELENY: TECNOLOGIA DE GESTÃO EXECUTIVA

Como Controlar o Incontrolável

Revista Método Zeleny: Tecnologia de Gestão Executiva
O fenômeno da complexidade e a estruturação das Ciências das Redes
Como Controlar o Incontrolável, Parte 2

Ciência das Redes

Para entender o fenômeno da complexidade, propõe-se a seguinte ilustração. Imagine que, neste instante, você esteja sofrendo de uma aguda crise de dor de cabeça. Como resolver tal problema? Geralmente, há dois caminhos. No primeiro, e mais comum, você busca imediatamente um remédio que solucione o quadro. Provavelmente, você se dirigirá até uma farmácia mais próxima e comprará um analgésico. Após a ingestão, aguardará de 15 a 20 minutos: tempo em que o medicamento começará a fazer efeito. A dor, de fato, aliviará. O efeito do alívio permanece no corpo cerca de 6 horas. No entanto, qual a garantia que, ao final das 6 horas, você não sofra novamente de dor de cabeça? Além disso, qual a chance de você não ter um novo episódio deste tipo no dia seguinte? Nenhuma. É bastante provável que, na próxima crise, você faça o mesmo percurso em busca de uma solução pontual, sem eficiência e tampouco definitiva.


Por outro lado, podemos pensar em buscar por um segundo caminho. E se, em vez de buscar um analgésico, você buscasse um tratamento? Digamos que, você consulte um médico. Ele, por sua vez, fará um detalhado diagnóstico do seu quadro: composto por entrevista, verificação de histórico de saúde, avaliação de sinais e talvez alguns exames adicionais. Com isso, o médico poderá avaliar seu completo estado de saúde. Após esta longa averiguação, ele poderá indicar ao paciente algumas recomendações, tais como: atividades físicas, mais horas de sono em horários adequados, ingerir menos cafeína e beber mais água. Ao seguir as indicações do tratamento, o indivíduo, por consequência, aumentará o poder de concentração, passará a ser mais saudável, aumentará seu vigor físico e quem sabe aumentará até a expectativa de vida... além de, reduzir considerada e comprovadamente episódios de dor de cabeça!

Esse tratamento nada mais é do que a estruturação de uma situação complexa. Não existem soluções simples ou imediatas: medicamentos só disfarçam sintomas, mas efetivamente não resolvem o caso. O mesmo ocorre ao lidar com a complexidade corporativa. O tratamento é o mapeamento da situação, uma forma de estruturar o problema em vez de buscar uma solução pontual. Esta estrutura é o imperativo para estabelecer o domínio dos fatos: oferece esclarecimento da situação e permitirá aos responsáveis o controle do curso da empresa.


A estruturação proporciona o controle de aspectos subjetivos: verificar as interrelações e dar significado aos sintomas. Em analogia com a saúde, o médico partiu de uma definição rigorosa do problema. “Dor de cabeça” é algo multifuncional. Nem sempre há uma causa específica. Pode existir uma doença não diagnosticada que leve aos episódios de dor de cabeça. Em casos mais graves, pode ser um tumor cerebral: remédios não trarão respostas. Se for enxaqueca, uma dor de cabeça muito específica, a origem geralmente é familiar. O médico solicita uma série de exames (ressonância, tireoide etc.) para que o paciente trate as crises de forma preventiva. No entanto, caso acometido por uma dor de cabeça eventual, caso opte pelo tratamento ao invés da solução genérica, os ganhos irão, além de assegurar a saúde do paciente, gerar diversos benefícios além do problema enfrentado.

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Nos casos corporativos, definição rigorosa é o estudo das relações estabelecidas a partir de todas as manifestações entre pessoas ou fatos. Enquanto o médico solicita exames para avaliar o quadro, é dever do CEO mapear as manifestações a fim de obter maior acesso a problemas estratégicos, aqueles que envolvem múltiplos decisores e origens independentes. Soluções simples só mascaram efeitos, mas não identificam causas – o que de fato, não resolve os problemas. Essa dinâmica é idêntica a submeter-se a técnicas tradicionais de problem-solving: em sua totalidade, pressupõem cenários perfeitos com objetivos já identificados – condições muito distantes da realidade empresarial. Comumente iludidos pelas promessas de soluções automatizadas ou modismos gerenciais, executivos são reféns da “intuição”, por vezes, com algum auxílio de softwares programados pela teoria da probabilidade.

Um antigo ditado reza que um problema bem definido estaria praticamente solucionado. O que não é óbvio é como definir o problema. 
Charles West Churchman

Ao perceber que doenças não se manifestam de forma idêntica em todos os organismos – e problemas empresariais não implicam soluções genéricas em cada organização, é fundamental instituir controle para sistemas complexos. Não há forma de buscar soluções sem estruturação. E para isso, a Ciência das Redes traz uma abordagem única: preocupada em detalhar situações complexas e melhorar as decisões executivas. É o que faz o Método Zeleny.

Para citar:

CONCER, R. (2024) Revista Método Zeleny: Tecnologia de Gestão Executiva. Relatório Anual.  Disponível em https://www.ronaldconcer.com/

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